Estudo liderado pela Universidade McMaster, no Canadá, e publicado no renomado periódico científico The Lancet, apresenta o maior e mais importante roteiro sobre como evitar um acidente vascular cerebral (AVC) já elaborado até agora. De acordo com o InterStroke, como foi chamado, 90% dos casos de AVC não ocorreriam se os indivíduos controlassem dez fatores que lesam as artérias cerebrais.

Se isso fosse seguido à risca, o número de atingidos todos os anos no mundo cairia de 15 milhões para 1,5 milhão. No Brasil, seria possível reduzir em 450 mil episódios a taxa anual de eventos do tipo.

O derrame disputa com o infarto o topo do ranking das doenças que mais matam em todo o mundo. Como se não bastasse, aqueles que sobrevivem ao ataque convivem com uma série de limitações, como dificuldades para falar e se locomover.

A partir da análise das informações de 26 mil pessoas de 32 nações diferentes, incluindo o Brasil, e concluiu que evitar os dez fatores a seguir é primordial para garantir vida longa e funcional ao cérebro.

1) Hipertensão

Se controlada, diminuiria as taxas de AVC em 47,9%.

O que você pode fazer

– Não exagere no sal.

– Capriche no consumo de vegetais.

– Verifique a pressão de tempos em tempos.

– Se for diagnosticado com hipertensão, tome os medicamentos prescritos.

2) Sedentarismo

Se controlado, diminuiria as taxas de AVC em 35,8%.

Quem se exercita com regularidade se beneficia com a produção de substâncias que evitam a formação de placas de gordura e aumentam a capacidade de o vaso contrair e relaxar.

O que você pode fazer

– Escolha um esporte que lhe dê prazer.

– Crie uma programação semanal de treinos.

– Busque suporte de profissionais de educação física para ter orientações.

3) Colesterol alto

Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 26,8%.

O LDL e os outros tipos do colesterol ruim são os principais responsáveis pelo surgimento de placas que obstruem os vasos.

O que você pode fazer

– Evite alimentos gordurosos ou cheios de açúcar.

– Faça checkups regularmente.

– Se o médico decidir lançar mão de remédios como as estatinas para abaixar os níveis, siga rigorosamente o tratamento.

4) Dieta ruim

Se controlada, diminuiria a taxa de AVC em 23,2%.

Junto com a atividade física, a alimentação constitui o pilar fundamental de uma vida saudável.

O que você pode fazer

Consumir seis componentes com frequência:

– Verduras

– Frutas

– Grãos integrais

– Castanhas

– Legumes

– Ômega-3

 

Usufruir de um item de forma moderada:

– Álcool

 

Ingerir com muita moderação:

– Bebidas açucaradas

– Carne vermelha e processada

– Gordura trans

– Sódio

5) Obesidade

Se controlada, diminuiria a taxa de AVC em 18,6%.

Os quilos extras andam de mãos dadas com hipertensão, colesterol nas alturas, diabete, etc. No InterStroke, para saber se um voluntário estava acima do peso, foi levada em conta a relação cintura-quadril, uma medida simples e fácil de ser feita e mais fidedigna que o popular índice de massa corporal, o IMC.

O que você pode fazer

– Aprenda a calcular sua relação cintura-quadril: com uma fita métrica, meça o diâmetro de sua cintura, perto da altura do umbigo. Repita o procedimento para obter o tamanho do quadril, nas nádegas. Divida o primeiro valor pelo segundo. Números maiores que 0,8 para mulheres e 0,9 para homens são sinal de encrenca. Atenção: as brasileiras costumam ter o quadril largo, o que confundiria os prognósticos.

– Se preciso, peça ajuda de um expert para emagrecer.

6) Estresse

Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 17,4%.

Tensão exacerbada e transtornos como ansiedade e depressão figuram em sexto lugar no ranking dos malfeitores. Há uma relação direta entre nervosismo constante e alterações circulatórias capazes de gerar uma pane cerebral.

O que você pode fazer

– Reserve um horário do dia para fazer coisas que deem prazer e alegria.

– Aposte em técnicas como a meditação e o mindfullness.

7) Tabagismo

Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 12,4%.

O cigarro lesa a camada interna dos vasos, deixa os tubos sanguíneos mais estreitos e acelera o aparecimento de placas de gordura – quadro propício para infartos e AVCs.

O que você pode fazer

– Existem diversos métodos e até remédios que auxiliam a largar o vício.

– Elabore uma lista com fatos decisivos para desistir do tabaco. Assim, fica mais fácil resistir se vier a tentação de voltar.

– Grupos de apoio apaziguam as aflições da abstinência.

8) Doenças cardíacas

Se controladas, diminuiriam a taxa de AVC em 9,1%.

A arritmia, distúrbio em que as batidas do coração ficam fora de ritmo, incentiva o surgimento de coágulos. Para evitar essa repercussão, pessoas diagnosticadas com a condição necessitam tomar alguns comprimidos, como anticoagulantes.

O que você pode fazer

– Visite o cardiologista de tempos em tempos. Um simples eletrocardiograma é suficiente para flagrar arritmias.

– Uma vez que a falha no peito é detectada, converse com o doutor sobre os recursos terapêuticos disponíveis.

9) Alcoolismo

Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 5,8%.

O excesso de álcool faz com que as artérias fiquem mais apertadas e rígidas, o que dificulta e até trava o transporte de nutrientes.

O que você pode fazer

– Seja comedido nas doses

– Se for o caso, converse com um profissional

10) Diabete

Se controlado, diminuiria a taxa de AVC em 3,9%.

O que você pode fazer

– Seja comedido nos doces e nos carboidratos em geral.

– Adotar uma vida ativa mantém a glicose dentro dos parâmetros saudáveis.

– A glicemia de jejum precisa sempre estar menor que 99 mg/dl. Entre 100 e 125 mg/dl é pré-diabete. Acima de 126 mg/dl já se instalou a doença.

– Se for diabético, monitore a glicemia e siga o esquema terapêutico.

Fonte: Saúde