A convulsão corresponde à atividade elétrica anormal e excessiva do cérebro e, apesar de 70% dos casos não ter uma causa identificada, pode também ser resultado de lesões cerebrais (traumatismos cranianos), infecções, doenças degenerativas e tumores. Além disso, o uso excessivo de drogas ilícitas ou a abstinência delas pode desencadear casos de convulsão.

 

Segundo a vice-coordenadora do Departamento Científico de Epilepsia da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Dra. Valentina Nicole de Carvalho, estão disponíveis os tratamentos medicamentosos e cirúrgicos, sendo esse último o menos indicado por se tratar da retirada da região cerebral responsável pelas crises, o que pode gerar sequelas que não compensam o benefício obtido. Dessa forma, num primeiro instante são indicados os medicamentos, que apresentam bons resultados, mas devem ter seus efeitos adversos devidamente informados ao paciente.

 

Os casos de convulsão costumam ser confundidos com os de epilepsia, a principal diferença, porém, além do tempo de duração (que no caso de epilepsia leva de 2 a 3 minutos), é que a epilepsia costuma ocorrer nos extremos da idade, ou seja, nos primeiros dois anos de vida, quando o cérebro está se desenvolvendo e os neurotransmissores estão se organizando, e também quando se chega à terceira idade, por conta de doenças degenerativas e alta incidência de quedas com trauma craniano, explica a médica.

 

O cuidado mais importante para lidar com casos de convulsão é evitar quedas. Além disso, se possível, é indicado que o paciente seja colocado de lado, afastando-o de objetos pontiagudos capazes de dificultar ou bloquear sua respiração. Também não é indicado puxar a língua do paciente ou oferecer qualquer tipo de alimento a ele.

 

Existe também a crise de ausência, caracterizada pela perda súbita de contato com o ambiente. Nesses casos é importante que o paciente e pessoas próximas estejam atentos a indicações de crise como olhar vago e comprometido, pois estando em situações cotidianas como dirigir ou nadar, podem ocorrer acidentes ainda mais graves e fatais.

 

Fonte: Academia Brasileira de Neurologia