Um estudo produzido por pesquisadores do Centro Médico da Universidade Vanderbilt, nos EUA, apontou que a estimulação cerebral profunda (ECP), é capaz de frear a progressão dos tremores característicos do Parkinson quando em estágios iniciais. Publicado pelo periódico Neurology e editado pela Academia Americana de Neurologia, o estudo é a primeira evidência de que a ECP pode ser capaz de conter o avanço do sintoma.

Os pacientes que participaram do estudo foram selecionados de forma aleatória para receber a ECP conjugada com uma terapia farmacológica ou apenas o tratamento farmacológico. Dois anos depois, os pacientes que receberam apenas a medicação apresentaram sete vezes mais chances de desenvolver novos tremores de repouso do que aqueles que, além do medicamento, também passaram pela ECP.

Iniciado em 2006, o estudo foi alvo de controvérsias, pois naquela época a ECP era utilizada apenas em pacientes em estágios avançados, nos quais a medicação já não era suficiente. A maior crítica recebida foi por submeter pacientes em estágios iniciais a uma cirurgia de implante de eletrodos no cérebro, que é necessária para o tratamento com a ECP.

Após a análise dos dados coletados, a Administração para Alimentos e Drogas dos EUA (FDA, na sigla em inglês), autorizou a Universidade Vanderbilt a liderar um estudo multicêntrico de grande escala em fase 3, que representa a última etapa até a aprovação ou desaprovação de um novo medicamento pela autoridade sanitária americana. O ensaio clínico tem início previsto para 2019, e deve recrutar 280 pessoas ainda nos estágios iniciais da doença, além de envolver outros 17 centros médicos dos EUA.

Fonte: O Globo