Utilizada principalmente em situações nas quais o paciente sofre com dores crônicas, a estimulação da medula espinhal (EME) é uma técnica que proporciona o alívio da dor, através de uma baixa tensão de corrente elétrica contínua pela medula espinhal. EME é a tecnologia de neuroestimulação mais comumente implantada para a gestão das síndromes de dor crônica. Existem três tipos de dispositivos de EME:

 

  • Os sistemas convencionais exigem pouco esforço da parte do paciente para a manutenção. No entanto, um procedimento cirúrgico menor é necessário para substituir a fonte de energia quando se esgota.
  • Sistemas de radiofrequência são projetados para manter a terapia por longos períodos no mais alto nível de estimulação. Devido à sua capacidade de alta potência, é recomendado nos casos em que a dor é complexa e presente em múltiplas extremidades. Com este tipo de sistema, o paciente deve usar uma fonte de energia externa para ativar a estimulação.
  • Sistemas recarregáveis são um novo tipo de dispositivo de EME. O próprio paciente recarrega a fonte de energia quando necessário. Um sistema recarregável geralmente dura mais do que um sistema convencional. Pode ser necessário um procedimento cirúrgico pequeno para substituir a fonte de energia caso o tempo entre as recargas tornar-se impraticável.

 

Implantação da EME

Num primeiro momento é implantado um estimulador teste para confirmar a necessidade do paciente pela EME, e auxilia na definição do dispositivo que melhor atua em cada caso. Após a fase de teste, um sistema permanente pode ser implantado. EME é uma terapia reversível e o tratamento pode ser interrompido a qualquer momento com a remoção ou desativação das peças inicialmente implantadas.

Depois da implantação, movimentos bruscos, como levantar, dobrar, esticar ou torcer-se devem ser evitados. No entanto, exercícios leves, como caminhar, podem ser úteis para melhorar a força e aliviar a dor.

Embora possa haver algum desconforto durante a cicatrização da incisão cirúrgica, a maioria dos pacientes afirma que não pode sentir a presença do dispositivo sob a pele após a cicatrização.

 

Indicações do EME

 

O EME costuma ser utilizado em casos de aracnoidite, dor causada pela inflamação da aracnoide; síndrome de dor complexa regional (SDCR), desordem nervosa que pode causar dor intensa em queimação; síndrome pós-laminectomia (lombar ou cervical), dor recorrente que envolve a região das pernas e lombar; e lesão de nervo (neuropatia ou neurite), causada pela degeneração do revestimento externo das células nervosas.

 

Precauções

 

Depois da implantação, o paciente deve evitar movimentos bruscos, mas é importante que exercícios leves sejam praticados com frequência. Caminhadas podem ser úteis para melhorar a força e aliviar a dor.

O médico deve disponibilizar uma identificação especial que atesta o uso de um sistema EME, que poderá ser útil principalmente em estabelecimentos onde haja dispositivos antiroubo e detectores, que podem aumentar o estimulador quando aproximado do sistema; nesses casos é recomendado que o ímã seja desligado.

O ímã presente no estimulador deve estar a pelo menos dois centímetros de distância de relógios, cartões de crédito, de vídeo ou fitas cassete e disquetes, caso contrário pode haver danos ou perda de informações contidas nesses dispositivos. Além disso, pode haver efeitos adversos para o dispositivo de EME, caso haja contato com exames de ressonância magnética, ultrassom, desfibriladores, bisturi elétrico e marca-passos cardíacos.

Embora possa haver algum desconforto durante a cicatrização da incisão cirúrgica, a maioria dos pacientes afirma ser imperceptível a presença do dispositivo após a cicatrização.