A hipófise é uma pequena glândula ligada à base do cérebro (por trás do nariz) em uma área chamada de fossa pituitária ou sela turca. A pituitária é muitas vezes chamada de “glândula mestra” porque controla a secreção da maioria dos hormônios no corpo.

 

A hipófise normal pesa menos de um grama e tem o tamanho e forma de um feijão. A função da pituitária pode ser comparada com a de um termostato doméstico, que mede constantemente a temperatura na casa e envia sinais para o aquecedor para que o ligue ou desligue para manter a temperatura constante e confortável. Da mesma forma, a hipófise monitora constantemente as funções corporais e envia sinais para os órgãos e glândulas remotos para monitorizar sua função e manter um ambiente adequado.

 

A hipófise é dividida em seções distintas: glândula pituitária anterior e glândula pituitária posterior. Cada parte contém células únicas e diferentes, que liberam hormônios responsáveis ​​por funções específicas de controle. A pituitária anterior é formada a partir do mesmo tecido que a faringe, enquanto a posterior é formada a partir de um out-pouching do cérebro e é uma extensão do hipotálamo, uma região do cérebro que está ligada à glândula pituitária e controla sua função. O hipotálamo e a hipófise em conjunto compõem o sistema neuroendócrino.

 

A hipófise anterior corresponde a cerca de 80% do tamanho da glândula pituitária e é composta pelo lobo anterior e zona intermediária. O lobo anterior é responsável pela produção da maior parte dos hormônios de sinalização liberados para a corrente sanguínea. A glândula pituitária posterior se desenvolve muito cedo e não produz hormônios por conta própria. No entanto, contém as terminações nervosas das células cerebrais (neurônios) que surgem a partir do hipotálamo. Esses neurônios produzem os hormônios vasopressina e ocitocina, que são transportados para baixo da haste hipofisária na pituitária posterior e armazenados para posterior liberação na corrente sanguínea.

 

A pituitária e o hipotálamo trabalham em conjunto para regular as funções diárias do corpo, bem como desempenham papel essencial no crescimento, desenvolvimento e reprodução. O hipotálamo secreta dois tipos de hormônios (que liberam e que inibem), que controlam a secreção de outros hormônios da hipófise anterior. A glândula pituitária desempenha suas funções principais, liberando vários hormônios de sinalização que, consequentemente, controlam as atividades dos outros órgãos.

 

Sintomas
Tumores menores que 10 milímetros são chamados de microadenomas e muitas vezes secretam hormônios da hipófise anterior. Esses adenomas funcionais menores são geralmente detectados mais cedo porque o aumento dos níveis hormonais pode causar alterações no corpo. Aproximadamente 50% dos adenomas hipofisários são diagnosticados quando são menores que cinco milímetros.

 

Adenomas maior que 10 milímetros (do tamanho de uma moeda de 10 centavos) são chamados de macroadenomas e geralmente não secretam hormônios. Esses tumores são muitas vezes descobertos porque produzem sintomas por “efeito de massa”, comprimindo o cérebro nas proximidades ou estruturas de nervos cranianos.

 

Ossintomas de um tumor pituitário, com exceção do efeito de massa, geralmente resultam de disfunção endócrina. Por exemplo, essa disfunção pode causar excesso de produção de hormônios de crescimento, como na acromegalia (gigantismo), ou subprodução de hormônios da tireoide, como no hipotireoidismo.

 

Desequilíbrios hormonais podem influenciar a fertilidade, períodos menstruais, calor e tolerância ao frio, assim como a pele e o corpo de outras maneiras. Por causa da localização estratégica da glândula pituitária dentro do crânio, tumores da pituitária podem comprimir estruturas cerebrais importantes, assim como aumentá-las. A circunstância mais comum envolve a compressão dos nervos ópticos, que leva à perda gradual da visão, geralmente iniciada com uma deterioração da visão periférica em ambos os lados.
Quando se suspeita de um tumor da hipófise, o médico irá realizar um exame físico, bem como testes de visão para detectar déficits de campo visual, como perda de visão periférica. Testes hormonais de sangue e urina e de imagem do cérebro são usados ​​para confirmar o diagnóstico. O teste mais preciso de imagiologia de diagnóstico é a ressonância magnética, realizada com ou sem um agente de contraste.
A intervenção precoce oferece a melhor chance de cura ou controle de um tumor na hipófise e seus efeitos colaterais. Existem três tipos de tratamento para tumores hipofisários: remoção cirúrgica do tumor, terapia de radiação que utiliza doses elevadas de raios x para matar células tumorais e terapia de medicação para reduzir ou erradicar o tumor.

 

A abordagem transfenoidal envolve o acesso do tumor através da cavidade nasal por via microcirúrgica ou endoscópica. A cirurgia é geralmente orientada por computador, permitindo uma abordagem minimamente invasiva. A cirurgia transfenoidal é invariavelmente o procedimento de escolha em pequenos adenomas “funcionais” e na maioria dos macroadenomas, com exceção dos prolactinomas.

 

Em prolactinomas (microadenomas secretores de prolactina e macroadenomas), o uso de um determinado medicamento agonista da dopamina é geralmente recomendado, com cirurgia reservada para aqueles tumores que não mostram boa resposta ao tratamento. A cirurgia transfenoidal é geralmente muito bem tolerada por causa de sua característica minimamente invasiva, poucos efeitos colaterais e rápida recuperação do paciente, que muitas vezes pode deixar o hospital dentro de dois a três dias após a cirurgia.

 

Fonte: AANS