Vincent Garcia, um físico francês do Instituto CNRS, e sua equipe, desenvolveram, em parceria com a empresa Thales e as Universidades de Bordeaux, Paris-Sud e Evry, um dispositivo eletrônico inteligente e energeticamente mais econômico capaz de processar informações com maior rapidez. A descoberta é um trabalho da equipe que pesquisa desde 2009 uma maneira mais ágil e avançada de “ler” novos algoritmos e softwares mais potentes, pelos quais os grandes laboratórios de engenharia da computação trabalham hoje em dia.

O dispositivo, que demorou cerca de três anos para ser finalizado e foi publicado na revista Naure Communications, permite a criação de uma rede de sinapses artificiais mais complexas e interligadas. Na publicação, o francês explica que, globalmente, quer reproduzir uma arquitetura que se pareça com a do cérebro, composta de neurônios e sinapses. Ainda segundo ele, a equipe trabalhou por nove anos num sistema baseado em uma camada muito fina e ativa de bipolos elétricos e que a resistência muda quando os bipolos são invertidos usando eletricidade.

Bipolos são terminais elétricos com dois polos que, quando ligados, formam um circuito que gera energia. Garcia explica ainda que no estudo foi demonstrado que a variação da resistência desse sistema pode estar relacionada à dinâmica dos bipolos elétricos, o que permite “antecipar” a resposta de um memristor, independentemente do estímulo elétrico.

A descoberta será utilizada também no projeto europeu Chronocam, que tem como objetivo desenvolver uma câmera que enxergue como os humanos. “O objetivo é criar um protótipo que conecte uma câmera a uma rede de neurônios artificiais”, explica Garcia.

Fonte: rfi Brasil