A tecnologia vem ajudando equipes de especialistas na realização de testagens genéticas. A combinação da inteligência artificial com a computação em nuvem resultou numa ferramenta com a qual as companhias farmacêuticas produzem drogas com maior agilidade e eficiência, aumentando também a chance de médicos encontrarem referências no padrão genético antes de receitar tratamentos para determinados tumores.

 

A Nuvem Colaborativa do Câncer (CCC, em inglês) foi fundada pelo paciente norte-americano Eric Dishman, que obteve apoio de uma companhia de tecnologia para realizar o sequenciamento de seu genoma, após 23 anos tratando um tipo raro de câncer de rim. Dishman descobriu que 92% das drogas que tomava não apresentariam resultados, mas seus médicos não tinham consciência disso até então. Aos 47 anos, o rapaz criou a iniciativa, que foi lançada no ano passado pela Intel, em parceria com a Universidade de Saúde e Ciência do Oregon (EUA).

 

A CCC trabalha para facilitar o compartilhamento seguro do mapeamento genético de pacientes, que pode ser realizado por hospitais e instituições de pesquisas, a fim de encontrar também dados clínicos que ajudem na descoberta de possíveis curas. Além disso, espera-se descobrir também tratamentos baseados na comparação entre indivíduos com padrões genômicos iguais, de maneira a analisar como estes reagiram a determinadas drogas.

 

O fundador da nuvem afirma que, apenas 4% dos dados obtidos pelos maiores centros de estudos do câncer, são compartilhados, e essa nova ferramenta busca apresentar os outros 96% da equação. A Intel, junto com a Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, está trabalhando num projeto-piloto em parceria com dois outros centros médicos, e já está prevista a inclusão de cerca de 100 instituições de pesquisa até o fim deste ano.

 

Podendo ser utilizado também para pesquisas sobre outras doenças baseadas em “genes defeituosos”, o CCC agora passa por planos de expansão internacional. Companhias como Cloud Pharmaceuticals, baseada na Carolina do Sul, e Fujitsu, no Japão, trabalham respectivamente com plataformas que combinam a computação em nuvem e a inteligência artificial para pesquisar novas matérias-primas para medicamentos, e para desenvolver princípios ativos de drogas anticâncer.

 

Fonte: Sociedade Brasileira de Neurocirurgia