Muito se fala sobre as doenças respiratórias que têm maior incidência no período do inverno, mas a estação mais fria do ano também está associada ao maior risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) avaliaram ocorrências de mais de 50 mil mortes causadas por AVC na capital entre os anos de 2002 e 2011, concluindo que a maior parte dos casos ocorreu em dias de baixa temperatura.

O estudo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e publicado pelo International Journal of Biometeorology, apontou que temperaturas abaixo de 15ºC já começam a gerar mais chances de derrame. O risco de AVC hemorrágico em homens é 2,43 vezes maior quando a temperatura está abaixo de 10ºC. Esse mesmo tipo de AVC tem duas vezes mais chances de afetar mulheres com mais de 65 anos se as temperaturas estiverem abaixo do que é considerado conforto térmico.

A explicação para o aumento desses riscos é que no frio as características do nosso sangue passam por alterações como maior viscosidade, maior processo inflamatório e mais lesões de parede. Todas essas mudanças geram sobrecarga do coração, que trabalha para manter o fluxo e a pressão sanguínea.

A responsável pelo estudo esclarece que uma pessoa não sofrerá um derrame apenas porque a temperatura caiu. Entretanto, o frio pode acelerar o surgimento do problema nos indivíduos que já têm os fatores de risco, como tabagismo, diabetes e pressão alta. A melhor forma de evitar o problema é manter-se protegido do frio, deixando o corpo termicamente confortável mesmo nas baixas temperaturas.

Fonte: Estadão