Segundo Iscia Lopes Cendes, médica geneticista da Unicamp, o cérebro é “sem sombra de dúvida o órgão mais complexo que existe no organismo humano e é ainda um órgão, comparado com outros, relativamente desconhecido por conta do difícil acesso”. Foi pensando nisso que pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais de Campinas utilizaram um acelerador de partículas para fazer microtomografias por raios-x capazes de mostrar os neurônios com precisão, de forma a obter imagens tridimensionais da organização das células dentro do cérebro.

Dentro do nosso cérebro há uma rede de comunicação celular cheia de ramificações, com conexões específicas e dinâmicas que regulam todas as funções do nosso corpo, e até então os especialistas só conseguiam realizar análises dessas células por meio de fatias físicas de determinadas regiões cerebrais. Entretanto, conforme depoimento do pesquisador Matheus de Castro Fonseca “Se a gente quer procurar curas para as doenças, primeiro a gente tem que entender exatamente como elas funcionam”.

O processo que foi divulgado pela revista Nature Science Reports, e por mais que a técnica tenha sido usada para visualizar a região do cérebro que desencadeia a epilepsia, ela também abre novas perspectivas para entender como ocorre a morte de neurônios, que provoca doenças como Parkinson e Alzheimer. O pesquisador afirma também que conseguindo quantificar essas células morrendo ao longo do processo de neurodegeneração, é possível acompanhar também a progressão da doença e saber qual é a exata região cerebral que sofreu morte celular.

Fonte: Portal G1