No dia 11 de abril de 1987 foi publicado o primeiro documento da história da medicina a abordar a doença de Parkinson. O artigo intitulado An Essay on The Shaking Palsy, algo como “Um Ensaio sobre a Paralisia Agitante”, descreve as características de seis pacientes que apresentavam como sintoma uma tremedeira constante. O material aborda, inclusive, os critérios de diagnóstico da doença que pouco se alteraram de lá para cá.

O responsável pela descoberta foi o médico inglês James Parkinson, que nasceu em 1.755 numa família de classe média alta em Londres, formou-se em medicina e trabalhou como clínico-geral durante muito tempo. Apesar de ser o primeiro a identificar os sintomas da doença, o ensaio original de James passou praticamente despercebido pela sociedade. O médico e seu artigo só foram lembrados pra valer cinco décadas depois, quando o neurologista francês Jean-Martin Charcot resolveu pesquisar a “paralisia agitante” e renomeou o quadro para doença de Parkinson, como é conhecida nos dias de hoje.

De acordo com a Coordenadora Científica do Centro de Esclerose Múltipla do Hospital Sírio-libanês – CRER, Mirella Fazzito, apesar do conhecimento sobre a condição ter avançado bastante, a doença de Parkinson mantém as mesmas características clínicas e de diagnóstico descritas há 200 anos. “O quadro clínico se caracteriza por rigidez (os membros ficam duros e dificultam movimentos), lentidão dos movimentos e da marcha (bradicinesia), instabilidade postural (que acarreta quedas da própria altura) e tremor de repouso (contar moedas)”, explica.

Segundo Mirella, a doença de Parkinson está ligada à morte de células do cérebro responsáveis por produzir a dopamina, um neurotransmissor que controla os movimentos e está presente na substância negra e nas estruturas profundas do cérebro (núcleos da base). A especialista explica ainda que houve progressos no diagnóstico complementar da doença e hoje o ultrassom de substância negra e SPECT com TRODAT (um exame de medicina nuclear que usa um radio-fármaco para marcar a Dopamina no cérebro) ajuda na determinação do estágio da doença.

Fonte: Saúde