Com o objetivo de ajudar pessoas que perderam a habilidade da fala por conta de um derrame ou de doenças como esclerose lateral amiotrófica, a ELA, que atingiu o físico Stephen Hawking (morto em 2018), dois neurocirurgiões e engenheiro criam dispositivo com implante cerebral que traduz pensamentos em fala.

O estudo monitorou a atividade cerebral de cinco voluntários, que estavam em tratamento de epilepsia e passariam por uma neurocirurgia. Durante o procedimento, foram inseridos eletrodos entre o osso da cabeça e o cérebro dos pacientes.

Os pesquisadores, então, pediram aos pacientes que falassem centenas de frases. Enquanto isso, um monitor ligado aos eletrodos fazia uma espécie de mapa da atividade elétrica no cérebro, mostrando quais áreas repercutiam enquanto os pacientes falavam.

A pesquisa propôs a decodificação dos sinais captados em duas etapas. A primeira mapeou a articulação dos músculos da fala (como os lábios, a língua, a laringe e a mandíbula). Em seguida, outra rede artificial decodificou esses movimentos em componentes fonéticos, os sons, para que a fala pudesse ser produzida artificialmente.

Para o neurologista Guilherme do Olival, do hospital Albert Einstein, no entanto, a novidade pode ser útil para uma parcela muito pequena das pessoas que não podem falar. Isso porque a tecnologia só pode funcionar em quem possui a região neurótica da fala ativa. Ou seja: quem já nasceu sem o estímulo não poderá utilizar o dispositivo. Mesmo assim, é um avanço importante da neurociência. Acompanhe essa e outras novidades no nosso blog!

Fonte: Folha de São Paulo