Ao menos 20% da população mundial deve enfrentar episódios de depressão em algum momento da vida.  O tratamento convencional é composto por psicoterapia e medicamentos, e beneficia grande parte dos pacientes diagnosticados. Entretanto, existe uma parcela (de 10% a 20%) desses pacientes que não responde a essas intervenções, para elas existe a possibilidade de tratamento por meio de estimulação cerebral profunda (ECP), que tem se mostrado bastante promissora entre especialistas e apresenta poucos efeitos colaterais.

O psiquiatra americano Thomas Schlaepfer aponta que, diferente do que se pensa, a depressão não é apenas uma alteração na comunicação entre os neurônios (sinapses) e na produção dos neurotransmissores. O profissional defende a possibilidade de que essa seja uma condição crônica, que não pode ser tratada apenas com os métodos convencionais atualmente utilizados. Segundo Schlaepfer, a ECP é um dos tratamentos mais revolucionários para a depressão desde a introdução dos antidepressivos.

A ECP é realizada pela implantação de pequenos eletrodos no cérebro, que são conectados por um neuroestimulador. O aparelho fica localizado próximo à clavícula do paciente e deve ser recarregado mensalmente, enquanto a substituição por um novo equipamento deve ser realizada a cada quatro anos. Em muitos pacientes, o sistema de recompensa começa a funcionar normalmente, entretanto o procedimento não pode ser considerado milagroso. “A depressão é uma doença séria e exige tratamento a longo prazo”, afirma Schlaepfer.

Fonte: Correio Braziliense