Cientistas do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) realizaram experimentos com o hormônio ouabaína, que se mostrou capaz de reverter processos inflamatórios causados por um lipopolissacarídeo de bactéria, mais conhecido como LPS. Esse pode ser um novo caminho para levar à produção de fármacos para tratamento de doenças neurodegenerativas, como o mal de Parkinson e Alzheimer.

O hormônio costuma ser administrado em cultura de células da glia do córtex frontal de camundongos, e essas células são de extrema importância para manter o bom funcionamento do cérebro, pois protegem e dão suporte aos neurônios. Um artigo sobre esse tema foi publicado pela Scientific Reports, do grupo da revista Nature, e pode ser acessado através do link: https://go.nature.com/2Er1b3L.

A equipe envolvida afirma que estudos anteriores, também de sua autoria, já haviam indicado que a ouabaína tem efeito protetor no cérebro em situações de inflamação, principalmente quando administrada intraperitoneal em ratos. Com esses novos resultados a equipe conseguiu analisar a atuação do hormônio nas células da glia.

Extraída da planta Strophantus gratus e seu congênere, a digoxina, a ouabaína é uma substância utilizada atualmente para tratar insuficiência e arritmia cardíaca, pois promove o aumento da força de contração cardíaca e normalização do ritmo. No organismo, a substância é produzida na glândula adrenal e em algumas regiões do sistema nervoso central (hipotálamo).

Fonte: Jornal da USP