Meningiomas são os mais comuns tumores benignos intracranianos. Eles se originam de células da aracnóide, uma fina membrana em forma de teia de aranha que envolve o cérebro e a medula espinhal. Embora a maioria dos meningiomas sejam tumores benignos, estes tumores podem crescer lentamente até que eles sejam diagnosticados muito grandes e, em alguns locais, podem ser severamente incapacitantes e até fatais. A maioria dos pacientes desenvolve um único meningioma, no entanto, em alguns casos, é possível desenvolver vários tumores, crescendo simultaneamente em outras partes do cérebro ou da medula espinhal.

 

O esquema de classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece 15 variantes de meningioma de acordo com seu tipo de célula, vista sob um microscópio. Essas variantes são chamadas subtipos de meningioma; o termo técnico para essas variantes celulares são subtipos histológicos.

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Meningiomas atípicos apresentam aumento de anormalidades tecidual e celular. Estes tumores crescem a um ritmo mais rápido do que meningiomas benignos e de vez em quando podem invadir o cérebro. Meningiomas atípicos têm maior probabilidade de recorrência do que meningiomas benignos.

 

Meningiomas malignos mostram aumento de atipias celulares e crescem a um ritmo mais rápido do que meningiomas benignos ou atípicos. Meningiomas malignos são os mais propensos a invadir o cérebro e dar metástase para outros órgãos no corpo e tendem a recorrer mais frequentemente do que os outros dois tipos.

 

Sintomas

 

Geralmente, meningiomas são tumores de crescimento muito lento, que muitas vezes não causam sintomas visíveis até que eles sejam bastante grandes. Alguns meningiomas podem permanecer assintomáticos por toda vida do paciente ou podem ser detectados de forma inesperada quando há uma varredura do cérebro para os sintomas relacionados. Sinais e sintomas dependem do tamanho e localização do tumor e podem incluir:

 

  • Dores de cabeça;
  • Convulsões;
  • Mudança na personalidade ou comportamento;
  • Progressivo déficit neurológico focal;
  • Confusão;
  • Sonolência;
  • Perda auditiva;
  • Fraqueza muscular;
  • Náuseas ou vômitos;
  • Distúrbios visuais.

 

Diagnóstico

 

Pode ser difícil de diagnosticar um meningioma por várias razões. Entre elas, está o fato de os meningiomas serem tumores de crescimento lento e afetarem, principalmente, pessoas entre as idades de 40 e 70 anos. Logo, os sintomas podem ser tão sutis que o paciente e/ou médico podem atribuí-los aos sinais normais do envelhecimento. Sem contar que alguns dos sintomas associados com meningiomas também podem ser devido a outras condições médicas, o que pode aumentar a confusão. Diagnóstico errado não é incomum, e, de fato, pode levar vários anos para receber um diagnóstico correto.

Quando um paciente apresenta crescentes sinais de disfunção mental, novas convulsões ou dores de cabeça persistentes, ou se houver evidência de pressão dentro do crânio (por exemplo, vômitos, edema da papila do nervo óptico na parte de trás do olho), o primeiro passo deve ser uma avaliação neurológica completa, seguida de estudos radiológicos, se necessário.

Sofisticadas técnicas de imagem podem ajudar a diagnosticar meningiomas. Ferramentas de diagnóstico incluem a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Ressonância magnética intraoperatória também é usada durante a cirurgia para guiar biópsias de tecidos e remoção do tumor. Espectroscopia por ressonância magnética (MRS) é usada para examinar o perfil de produtos químicos do tumor e determinar a natureza molecular das lesões vistas na ressonância magnética.

Às vezes, a única maneira de fazer um diagnóstico definitivo do meningioma é através de uma biópsia. O neurocirurgião realiza a biópsia e o patologista faz o diagnóstico final, determinando se o tumor parece benigno ou maligno, em conformidade com sua classificação.

 

Cirurgia

 

Meningiomas são principalmente tumores benignos, frequentemente, com limites bem delimitados, muitas vezes, permitindo a ressecção cirúrgica completa (remoção), que oferece a melhor chance de cura. O neurocirurgião abre o crânio através de uma craniotomia, para permitir acesso completo ao meningioma. O objetivo da cirurgia é remover o meningioma completamente, incluindo as fibras que o anexam ao revestimento do cérebro (dura) e ao osso. No entanto, a ressecção completa pode acarretar em risco potencial, especialmente quando o tumor invade o tecido cerebral circundante ou veias.

Embora o objetivo da cirurgia seja remover o tumor, a primeira prioridade é preservar ou melhorar as funções neurológicas do paciente. Para pacientes nos quais a remoção total do tumor carrega um risco significativo de morbidade (qualquer efeito colateral que pode causar diminuição da qualidade de vida), pode ser melhor deixar algumas partes do tumor no local e realizar follow-up para o crescimento futuro com imagens de ressonância regulares. Nesses casos, o paciente será observado ao longo de um período de tempo com exames regulares e ressonância magnética, enquanto que para outros pacientes, a radioterapia pode ser considerada a melhor abordagem.