Batimentos cardíacos irregulares, também conhecidos como Fibrilação Atrial, afetam cerca de 2 milhões de brasileiros todos os anos. Essa condição influencia na circulação do sangue em nosso organismo e também pode acelerar a perda cognitiva dos pacientes afetados, aumentando o risco de desenvolver problemas relacionados à demência. Um estudo sobre o tema foi publicado na edição online do Neurology, o jornal médico da Academia Americana de Neurologia.

A fibrilação atrial ocorre quando o ritmo normal do coração encontra-se fora de sincronia, ou seja, os batimentos estão irregulares, na maioria das vezes mais rápidos que o normal. Consequentemente, o sangue pode sofrer acúmulos na região do coração, de forma a criar coágulos que podem chegar ao cérebro, causando um derrame. Entretanto, segundo o estudo, os pacientes que estavam fazendo uso de anticoagulantes, apresentaram menos risco de desenvolver demência.

Para a pesquisa foram analisados dados de mais de 2 mil participantes com média de idade de 73 anos e tiveram acompanhamento por pelo menos seis anos. No decorrer desse tempo 11% dos voluntários desenvolveram fibrilação atrial e apresentaram uma taxa mais rápida de declínio em habilidade de pensamento e memória. Entretanto, desses pacientes, aqueles que faziam uso de anticoagulantes tiveram 60% de redução no risco de demência.

Um dos autores do estudo, Chengxuan Qiu, do Instituto Karolinska e da Universidade de Estocolmo, na Suécia, aponta que a relação de causa e efeito entre o uso de anticoagulantes e o risco reduzido de demência poderia, hipoteticamente, evitar cerca de 54% dos casos de demência nos pacientes com fibrilação atrial. Consequentemente, o Qiu afirma que “Esforços adicionais devem ser feitos para aumentar o uso de afinadores do sangue entre os idosos com fibrilação atrial”.

Fonte: Portal G1