A revista científica Nature publicou detalhes sobre a descoberta de que medicamentos indicados para o sistema imunológico poderiam atuar também no controle do mal de Parkinson, doença que causa danos progressivos no cérebro, gerando tremores, dificuldades de movimento e o acúmulo de altos níveis da proteína alfa-sinucleína.

Segundo os pesquisadores do estudo, as células-T, presentes no sistema imunológico, são capazes de atacar essa proteína. Em resumo, isso significa que o sistema imunológico de pacientes com Parkinson consegue identificar os altos níveis da alfa-sinucleína como um invasor estranho, atacando-a em seguida de modo a defender o organismo.

O problema, segundo os cientistas responsáveis pelo estudo, que contou com análise sanguínea de 67 pacientes com Parkinson, é que esse método de defesa do organismo faz com que o sistema acabe por atacar também as células cerebrais saudáveis que acumulam essas proteínas. Um dos pesquisadores afirma ainda que, há quase cem anos, já havia sido cogitada a ideia de que uma falha no sistema imunológico poderia contribuir para o mal de Parkinson.

Os resultados obtidos com a pesquisa indicam também que a origem da doença poderia ser no intestino. Segundo a publicação, as mesmas células-T podem identificar a alfa-sinucleína no sistema nervoso do intestino, mas o problema só começa mesmo quando elas entram no cérebro do paciente. “Nossos resultados sugerem a possibilidade de utilizar-se uma estratégia com imunoterapia para aumentar a tolerância do sistema imunológico com relação à alfa-sinucleína”, agregou o médico Alessandro Sette, da La Jolla.

Fonte: BBC