Especialistas da Universidade da Califórnia, nos EUA, analisaram 700 amostras cerebrais pós-morte e descobriram mudanças a nível molecular no autismo, esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar e alcoolismo. Publicado pela revista Science, o resultado desse trabalho apontou patologias moleculares compartilhadas e características padrões dessas doenças.

A análise do RNA (forma como o gene se expressa) em crianças e adultos diagnosticados com autismo antes de falecer, comprovou que algumas variações genéticas aumentam os riscos de transtornos psiquiátricos, mas outros fatores também podem estar ligados a essas condições.

As semelhanças encontradas no estudo foram as seguintes: nos casos de autismo identificou-se uma redução na sinalização de células da glia, que fazem parte do sistema nervoso, essa também foi uma característica identificada na esquizofrenia e no transtorno de bipolaridade, nesta última com menos intensidade.

Os responsáveis pelo estudo identificaram especificidades com relação ao transtorno bipolar, principalmente na resposta do cérebro ligada ao efeito do cortisol (hormônio do estresse). No caso do alcoolismo não foi identificado nenhum padrão, assim como a depressão, esse transtorno apresenta características bem diferentes.

O Instituto Castro e Santos, de Brasília, afirma que essa ligação entre comportamento e química cerebral pode auxiliar na redução de preconceito da sociedade com relação a esses transtornos, já que esse tipo de pesquisa comprova uma causa física para essas doenças, que têm sintomas majoritariamente comportamentais.

Fonte: Correio Braziliense