Um estudo publicado pela revista Neurology, aponta que o tratamento hormonal na menopausa, além de agir na redução dos efeitos gerados pela menor produção de hormônios, também atua na preservação da estrutura cerebral que está ligada à memória e às habilidades mentais. Essa descoberta foi considerada um forte indício de que o tratamento pode prevenir a demência.

Produzido pela Academia Americana de Neurologia (AAN), o estudo contou com a participação de 75 mulheres com idade entre 42 e 56 anos e boas condições de saúde. Essas voluntárias estavam na menopausa pelo período de cinco meses a três anos, e foram separadas em três diferentes grupos.

20 delas tomaram pílulas de estrogênio equino, 22 tomaram estradiol por adesivos de pele e as outras 33 ficaram com o placebo, uma substância sem propriedades farmacológicas. As 42 mulheres em tratamento hormonal ingeriram também pílulas com 200 ml de progesterona nos 12 primeiros dias de cada mês, com o objetivo de manter o endométrio protegido.

Segundo os responsáveis pelo estudo, as participantes também passaram por testes de memória e pensamento e ressonância magnética. Esses exames ocorreram em cinco momentos diferentes da pesquisa, que durou sete anos. Os pesquisadores mediram o volume cerebral das voluntárias e também o acúmulo de lesões cerebrais.

O resultado apontou que as mulheres que tomaram estradiol via adesivo, mantiveram por sete anos o volume do córtex pré-frontal dorsolateral, região que auxilia na memória, pensamento, planejamento e raciocínio. Além disso, as mulheres que iniciaram o tratamento com estradiol logo no início da menopausa tiveram efeitos cerebrais mais duradouros.

Segundo profissionais brasileiros que analisaram a pesquisa americana, essa terapia hormonal pode funcionar como prevenção ao Alzheimer, já que quanto menor a perda de volume nessa área do cérebro, menor é a deposição da proteína beta-amilóide, um importante marcador associado à doença.

Fonte: Correio Braziliense