Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o cateterismo cerebral é um tratamento que consiste em desentupir grandes artérias do cérebro no período de até 24 horas após os primeiros sintomas do Acidente Vascular Cerebral (AVC), que pode ter como sequelas paralisia facial e perda de alguns movimentos.

De forma detalhada, o procedimento consiste na inserção de um microcateter em uma pequena artéria do paciente, vai avançando até a região entupida do cérebro onde o coágulo que impede a passagem de sangue é retirado com um stent (dispositivo que costuma ser utilizado para desobstruir os vasos sanguíneos).

O neurocirurgião do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Antonio Araújo, afirma que o AVC isquêmico agudo decorre da obstrução de uma artéria cerebral por um êmbolo ou um trombo, que impede a passagem de sangue para uma área do cérebro. Segundo o especialista, o tratamento do AVC isquêmico agudo por cateterismo é uma técnica ultramoderna que supera o método tradicional (medicações na veia para dissolver o coágulo, mais conhecido como trombolíticos), além de ser mais segura.

“Antes era necessário correr contra o tempo e pacientes com mais de 3 horas de início dos sintomas (em geral desvio da rima labial e fraqueza de um lado do corpo ou mesmo dificuldade para falar) não eram elegíveis para tratamento com trombolíticos”, explica. Ainda segundo o neurocirurgião, atualmente é possível indicar o tratamento em até 24 horas após os primeiros sintomas de pacientes com artérias acessórias cerebrais que mantém ainda uma circulação mínima na área isquêmica.

Entretanto, especialistas afirmam, que o resultado do cateterismo cerebral vai depender da extensão e do tempo em que a lesão ocorreu. Quando um paciente sofre um AVC, os neurônios ficam sem oxigênio e morrem em uma taxa de 1,9 milhão por minuto. Daí a importância do início rápido do tratamento.

Fonte: Portal G1