Pacientes diagnosticados com transtornos psiquiátricos e neurológicos podem, de modo geral, apresentar sintomas e características bastante similares entre si. Um bom exemplo são as alucinações, que podem acometer tanto pessoas com esquizofrenia quanto as que foram diagnosticadas com Alzheimer. Isso leva cientistas de todo o mundo a pensarem que ambas as condições possuem a mesma base biológica.

Para esclarecer a questão, foi publicado um artigo na revista Science, concluindo que grande parte das doenças psiquiátricas, como ansiedade, depressão e transtorno obsessivo compulsivo, de fato, possuem alto índice de correlação genética entre si. Mas ao contrário do que imaginavam as doenças neurológicas, como Alzheimer, Parkinson e epilepsia têm correlação genética pouco significativa, inclusive quanto comparadas às doenças psiquiátricas.

A resposta para isso é que, basicamente, enquanto a neurologia trata de estudar a relação entre o cérebro e os demais órgãos do corpo, a psiquiatria estuda também as relações dos indivíduos em ambiente externo. Considerando os resultados obtidos pelos pesquisadores, entende-se que cada condição deve ser tratada em diferentes categorias, ou seja, já que possuem origens diversas, faz sentido que sejam analisadas de maneiras diferentes.

No caso dos transtornos psicológicos, estudos anteriores já concluíram que existe uma base genética a ser levada em consideração, pois uma criança com pais ansiosos, possivelmente desenvolverá o transtorno de ansiedade e/ou outras complicações psicológicas, por exemplo. A pesquisa concluiu também que quanto mais cedo uma doença do cérebro se manifesta, maior o componente genético envolvido.

Fonte: Jornal da USP