Morte cerebral já pode ser diagnosticada por outros médicos, além de especialistas em neurologia
O diagnóstico de morte cerebral ficou mais rígido em dezembro último, quando o Conselho Federal de Medicina (CFM), publicou uma nova resolução após 20 anos da que estava em vigor. O CFM afirma que, a partir dessa nova diretriz, o diagnóstico está mais conservador e seguro se comparado a outros países. Dentre as principais mudanças está o período de intervalo entre a chegada do paciente à unidade hospitalar e o início das investigações de morte encefálica.
Os membros do Conselho afirmam que a intenção dessa nova diretriz nada tem a ver com a quantidade de doações de órgãos, mas que essa é uma maneira de fornecer segurança às famílias e de deixá-las confiantes de que a condição do paciente é realmente irreversível. Além de confortar esses familiares com a certeza de que tudo foi feito para salvar um ente querido, a nova resolução também torna mais segura a decisão de doar os órgãos dessa pessoa.
Na nova resolução também é exigido o controle da temperatura e pressão arterial do paciente e a necessidade de dois médicos para a análise da possível morte encefálica. Antes apenas neurologistas podiam atuar nesses casos, mas a mudança deixa aberta a investigação por especialistas em terapia intensiva e emergência (contanto que não façam parte de equipe de transplante). Essa medida aumenta em 5 mil o número de profissionais aptos para essa análise em todo o País.
São obrigatórios exames clínicos e complementares antes da determinação da morte cerebral, e nesse último deve ser detectada e comprovada a ausência de atividade cerebral no paciente. O processo de doação de órgãos só deve ser iniciado após realizados esses exames e com a autorização da família. O CFM afirma que, só em 2016 o Brasil realizou cerca de 24 mil transplantes com órgãos doados (mais da metade deles de córnea).
Fonte: EBC