Nosso cérebro precisa mais de conexões reais do que online
Hoje as doenças do cérebro são as que mais limitam a vida das pessoas e, sabendo desse fato, a neurociência dá uma atenção especial aos casos de Alzheimer, Parkinson, depressão e ansiedade. Sobre as duas últimas doenças, as conexões online que fizemos podem ter relação.
Segundo o neurocientista argentino Facundo Manes, um dos fatos mais importantes que se descobriu em um estudo realizado na Universidade de Harvard é que somos seres sociais e precisamos estar conectados com outros seres humanos. A solidão é um fator de mortalidade importante mais do que alcoolismo, obesidade ou poluição. Além disso, o estudo confirmou que na base do cérebro temos circuitos relacionados às recompensas, ao que nos dá prazer. Quando sentimos esse prazer, ativam-se os mesmos neurotransmissores que quando consumimos drogas. Realizar atos altruístas nos dá prazer. Não podemos dizer que a sensação é exatamente a mesma, mas liberamos dopamina, que é o neurotransmissor do prazer.
E ainda, de acordo com o neurologista, a utilização não moderada de redes sociais pode gerar ansiedade. Não que elas sejam culpadas, mas pessoas que já tinham predisposição a sofrer, acentuarão o problema. E em relação à memória, a internet não a enfraquece. “Entre adultos, a utilização moderada da tecnologia é fascinante. No caso das crianças é mais delicado, porque o cérebro termina de amadurecer entre os 20 e os 25 anos. É importante é que as crianças tenham tempo para entediar-se e sonhar”, comenta Facundo Manes. Nesse sentido, a dica da semana é: sair do online e ter mais conexões reais. Vai sair com amigos? Deixa o celular guardado e aproveite o momento com eles!
Fonte: Jornal O Globo