Tumor da coluna vertebral refere-se a uma massa anormal de tecido dentro ou em torno da medula espinhal e/ou coluna vertebral. As células crescem e se multiplicam de forma incontrolável, aparentemente não verificada pelos mecanismos que controlam as células normais. Os tumores da coluna vertebral podem ser: benignos (não canceroso) ou malignos (cancerosos).

Tumores da coluna vertebral podem ser identificados pela região da coluna vertebral em que ocorrem. As áreas básicas são a cervical, torácica, lombar e sacro. Além disso, eles também são classificados por sua localização na coluna vertebral em três grandes grupos principais: intradural-extramedular, intramedular e extradural.

 

Intradural-extramedular: o mais comum desses tipos de tumores se desenvolve na membrana aracnóide da coluna espinhal (meningiomas), ou nas raízes nervosas que se estendem para fora  da medula espinhal (schwannomas ou neurofibromas).  Apesar do meningiomas, geralmente, serem benignos, podem ser difíceis de remover. Além de haver possibilidade de  recidiva. Tumores da raiz do nervo também são, geralmente, benignos, embora neurofibromas possam se tornar maligno ao longo do tempo.

 

Intramedular:  esse tipo de tumor cresce dentro da medula espinhal e  ocorre mais frequentemente na região cervical (pescoço). Eles normalmente derivam de tecido glial (que dão sustentação para os neurônios)  ou  células ependimárias  que se encontram ao longo do interstício da medula espinhal.  Astrocitomas e ependimomas são os dois tipos mais comuns. Eles geralmente são benignos, mas podem ser difíceis de remover. Os lipomas intramedulares são raros tumores congênitos mais comumente localizados na medula espinhal torácica.

 

Extradural:  lesões normalmente atribuídas ao câncer metastático . Ocasionalmente, um tumor extradural se estende através do forame intervertebral, encontrando-se parcialmente dentro e parcialmente fora do canal espinhal.

 

Tumores metastáticos espinhais
A coluna vertebral é o local mais comum de metástase óssea. As estimativas indicam que, pelo menos, 30% ou 70% dos pacientes podem ter câncer na coluna vertebral. Os cânceres de pulmão, mama e próstata são os mais comuns que se espalham para a coluna. No entanto, existem também outros tipos de cânceres que se espalham para a coluna vertebral como: mieloma múltiplo,linfoma, melanoma e sarcoma, bem como o do trato gastrointestinal, rim e tiroide. O diagnóstico precoce com a detecção do tumor primário é crucial para tratamento global.

 

Tumores medulares pediátricos
Tumores medulares primários são raros em crianças e difíceis de tratar. A incidência e os resultados variam de acordo com o tipo, uma listagem que pode ser bastante ampla, mas incluem:

 

  • Osteoma osteóide;
  • Osteoblastoma;
  • Osteocondroma;
  • Osteosarcoma;
  • Sarcoma de Ewing;
  • Granuloma eosinofílico;
  • Cisto Ósseo aneurismático;
  • Cordoma;
  • Condrossarcoma mesenquimal;
  • Tumor ósseo de células gigantes;
  • Displasia fibrosa;
  • Fibroma;
  • Angiosarcoma;
  • Hemangioma.

 

Ao contrário dos adultos, as crianças ainda estão em desenvolvimento, por isso, os médicos devem levar isso em consideração durante o tratamento. Outros fatores a considerar são: estabilidade da coluna vertebral, intervenções cirúrgicas e não cirúrgicas, e a preservação da função neurológica.

 

Causas
A causa da maioria dos tumores primários da coluna vertebral é desconhecida. Alguns deles podem ser atribuídos à exposição a agentes cancerígenos. Linfomas na medula espinhal, que são cânceres que afetam os linfócitos, são mais comuns em pessoas com o sistema imunológico comprometido.

 

Em um pequeno número de casos, os tumores primários podem resultar da presença de doenças genéticas, como a Neurofibromatose 2, distúrbio hereditário em que tumores benignos podem se desenvolver na camada aracnóide da medula espinhal ou nas células  gliais.
Sintomas
Um dos sintomas dos tumores benignos e malignos da coluna vertebral são as dores nas costas. Essa dor nas costas não é especificamente atribuída à lesão, estresse ou atividade física, no entanto, isso pode aumentá-la. A dor pode se espalhar pelos quadris, pernas, pés ou braços e pode piorar ao longo do tempo – mesmo quando tratada por métodos conservadores, não cirúrgicos, que muitas vezes podem ajudar a aliviar as dores nas costas atribuídas a causas mecânicas. Dependendo do local e tipo de tumor, outros sinais e sintomas podem se desenvolver, especialmente no tumor maligno que cresce e comprime a medula espinhal.

 

Os sintomas adicionais podem incluir:

 

  • Perda de sensibilidade ou fraqueza muscular nas pernas, braços ou no peito;
  • Diminuição da sensibilidade à dor, calor e frio;
  • Perda da função intestino ou bexiga;
  • Paralisia que pode ocorrer em diferentes graus e partes do corpo, dependendo de quais nervos são comprimidos;
  • Escoliose ou outra deformidade da coluna vertebral resultante de um grande tumor benigno.

 

Diagnóstico
Um exame médico completo, com ênfase na dor nas costas e déficits neurológicos, é o primeiro passo para o diagnóstico de um tumor espinhal.  Para um diagnóstico preciso e positivo, alguns exames radiológicos se fazem necessários, como raio-X, tomografia computadorizada e ressonância magnética.

 

Após confirmação radiológica do tumor, a única forma de determinar se o tumor é benigno ou maligno é examinar uma pequena amostra de tecido (extraída através da biópsia). Se o tumor é maligno, uma biópsia também ajuda a determinar o tipo de câncer, o qual subsequentemente determina as opções de tratamento.

 

Tipo de tratamento
O tratamento, muitas vezes, é multidisciplinar, incorporando a experiência dos cirurgiões da coluna vertebral, médicos oncologistas, radioterapeutas e outros médicos especialistas. A seleção de tratamentos, incluindo o cirúrgico e não cirúrgico, é feita tendo em mente os aspectos da saúde geral do paciente.

 

Tratamento não cirúrgico
Incluem a observação, quimioterapia e radioterapia. Tumores que são assintomáticos  ou que possuem sintomas leves, que não parecem estar mudando ou progredindo, podem ser observados e monitorados com exames de ressonância magnética regulares. Alguns tumores respondem bem à quimioterapia e outros, à radioterapia . No entanto, há determinados tipos de tumores metastáticos que são inerentemente radiorresistentes e, nesses casos, a cirurgia pode ser a única opção terapêutica viável.

 

Cirurgia
As indicações para cirurgia variam, dependendo do tipo de tumor. Tumores medulares primários podem ser removidos por meio de completa ressecção em bloco  para uma possível cura. Em pacientes com tumores metastáticos, o tratamento é principalmente paliativo, com o objetivo de restaurar ou preservar  a função neurológica, com estabilização da coluna vertebral, além de alívio da dor. Em geral, a cirurgia só é considerada como uma opção para pacientes com metástases quando eles têm expectativa para viver 12 semanas ou mais e o tumor é resistente à radiação ou quimioterapia.

 

 

Fonte: AANS