Nos últimos anos, alguns centros de pesquisa têm se dedicado a estudar como viabilizar a construção de robôs miniaturizados para tratar doenças. São pequenas máquinas projetadas para entrar no corpo humano e chegar a pontos específicos para levar medicamentos ou desobstruir artérias, por exemplo.

 

De acordo com artigo publicado na revista científica Nature Communications, a plataforma apresenta os resultados das simulações feitas com diversos modelos de robôs e seus diferentes modos de locomoção no interior do corpo humano. Os pesquisadores revelam como conseguiram criar a estrutura tecnológica que deu suporte à formatação de micro robôs de alto rendimento que podem ser reprogramados para cumprir diversas missões no corpo humano. No ambiente tecnológico, foi possível controlar remotamente os movimentos dos robôs. Além disso, a estrutura é feita de materiais que podem mudar de forma sob a ação do calor.

 

Os novos micros robôs ainda estão em desenvolvimento e serão testados futuramente em organismos vivos. Sua produção é complexa e envolve muitas etapas. Os pesquisadores informaram que, primeiramente, as nanopartículas são colocadas dentro de camadas do hidrogel biocompatível. Em seguida, essa estrutura é exposta a um campo eletromagnético para “orientar” as nanopartículas em diferentes partes do robô e criar condições para que possam ser controladas externamente. Por fim, o micro robô é colocado na água, onde a associação de nanopartículas, hidrogel e campos eletromagnéticos se movimentam e se adaptam. Uma vez que a forma final é alcançada, os pesquisadores perceberam que a ação dos campos eletromagnéticos aquece essas estruturas e as ajuda a assumir a forma necessária para navegar pelo organismo até o ponto desejado.

 

O desenvolvimento dessa plataforma tecnológica permitiu aos pesquisadores criar um micro robô que imita o agente causador da doença do sono, a chamada Tripanossomíase Humana Africana, uma infecção parasitária transmitida pela picada da mosca que ocorre em 36 países da África Subsaariana. A infecção ataca o sistema nervoso central e, devido aos seus sintomas neurológicos graves, pode ser fatal se não for tratada. Os pesquisadores decidiram copiar o modo como o microorganismo responsável pela doença se movimenta pelo corpo – ele possui uma espécie de motor de proteínas que permite percorrer na corrente sanguínea. Os pesquisadores decidiram perseguir essa ideia e testaram diferentes modelos de robôs até chegar a um protótipo que imita esse comportamento.

 

Fonte: Brasileiros