Margarida Mororó é vice-presidente da Associação dos Amigos e Portadores de Esclerose Múltipla do Ceará e foi diagnosticada com a doença aos 29 anos. Margarida explica que os sintomas variam conforme a área do cérebro que é atacada, podendo causar formigamento nos braços, movimento involuntário da boca até a visão embaçada por um curto período. O neurologista e coordenador no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Roberto Carneiro, explica que a doença ataca seis vezes mais mulheres do que homens, e os primeiros sintomas podem ocorrer logo após a primeira menstruação.

 

Por ser uma doença crônica, acaba comprometendo o sistema nervoso central e prejudica a neurotransmissão. Os resultados são diversos, dentre eles dificuldade motora e sensitiva que afeta a qualidade de vida dos pacientes. Segundo Francisco Gondim, chefe do ambulatório de Esclerose Múltipla do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), na Universidade Federal do Ceará (UFC), nos dias atuais é possível levar uma vida quase normal dependendo do estágio da doença e sabendo evitar as crises.

 

Segundo Carneiro, a doença não pode ser evitada, mas os sintomas podem ser controlados dependendo da região do cérebro afetada. A perda de visão é causada quando a doença ataca o nervo óptico e a perda da força de algum membro ocorre quando a região atacada foi a da medula, nesse caso pode haver perda de controla da bexiga também.

 

Apesar de não ter cura, a esclerose múltipla não deve ser considerada fatal. Os casos em que pacientes foram levados a óbito são recorrentes de complicações em estágios avançados e progressivos da doença, daí a importância de um diagnóstico precoce. Além disso, a maior parte dos pacientes tem cerca de 30 anos, o que desmente a ideia de que a doença ataca, em sua maioria, pacientes de idade já avançada.

 

Fonte: O Povo e Jornal Dia Dia