Estudo publicado pelo The Journal of Neuroscience em dezembro de 2015, mostrou que para lidar com situações difíceis como perda de emprego, divórcio, e outras dificuldades da vida adulta, o cérebro reduz a produção de neurônios. Este mecanismo é chamado de Neurogênese e tem como objetivo adaptar-se a essas situações de estresse.

 

Para chegar aos resultados, pesquisadores reproduziram esses cenários de conflito geralmente vividos pelos seres humanos, alterando sua organização social. A partir dessa alteração, observou-se que uma quantidade menor de neurônios foi produzida no hipocampo, parte do cérebro responsável por guardar memórias e regular o nível de estresse.

 

Além disso, notou-se uma situação nova do ponto de vista comportamental: as cobaias que apresentaram a neurogênese se aproximaram dos animais familiares e se afastaram dos desconhecidos. Segundo Maya Opendark, autora do estudo e pesquisadora da New York University, esse comportamento tem a ver com um tipo de adaptação. “A preferência em conviver com ratos familiares pode ser um comportamento adaptativo desencadeado pela redução da produção de neurônios”, explica.

 

Foram estudadas também as situações de instabilidade, que costumam gerar ansiedade e perda de memória. Os cientistas esperavam resultados negativos, mas foram registradas informações bastante positivas, já que as cobaias não apresentaram sinais de sofrimentos mentais estereotipados. “Mesmo em face do que parece ser uma situação muito perturbadora, não houve uma resposta patológica negativa”, explica a coautora do estudo, Elizabeth Gould.

 

O professor de neuroendocrinologia da Universidade Rockefeller, Bruce McEwen, afirma que a partir desses resultados poderão ser desenvolvidos novos métodos para o tratamento da depressão, já que a pesquisa registrou uma conexão entre a neurogênese e o comportamento social, que passa a se retrair na maioria dos casos da doença.

 

Fonte: Brasileiros