Uma pesquisa publicada pela revista Brain divulgou que a ressonância magnética funcional e o eletroencefalograma podem auxiliar na descoberta do real estado de consciência e de função cerebral de um paciente em estado vegetativo, afim de identificar o tratamento mais adequado. Atualmente são utilizadas avaliações tradicionais compostas por testes de alerta, teste ocular e uma variedade de técnicas que, segundo estudos já divulgados, são responsáveis por 40% dos diagnósticos incorretos.

O estudo contou com 16 pacientes da unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Geral de Massachusetts (EUA). No primeiro teste o paciente deveria se visualizar abrindo e fechando a mão direita durante os exames de ressonância magnética funcional e eletroencefalograma, e num segundo teste os pacientes foram expostos a gravações para detectar uma possível atividade em determinadas regiões do cérebro.

Pacientes antes avaliados com o método tradicional e que não apresentaram qualquer sinal de consciência, ao serem submetidos pelos testes mencionados acima, apresentaram evidências de consciência no teste de dissociação cognitiva-motora. Além disso, houve resposta do córtex parietal superior ao estímulo sonoro. Especialistas afirmam que essa descoberta pode auxiliar nas decisões de famílias que podem decidir sobre a continuação do tratamento de alguns pacientes, por exemplo.

O Dr. Antônio Araújo, neurocirurgião do Hospital Sírio-Libanês e da clínica Araújo e Fazzito, em São Paulo, foi convidado pelo Correio Braziliense para comentar sobre o estudo. Segundo o especialista, a pesquisa abre perspectiva de reavaliação dos pacientes e pode ser somada a estudos recentes que sugerem os exames de imagem para identificar e até tratar indivíduos nessa condição. A pesquisa publicada em junho no Journal of Neurosurgery foi uma das mencionadas na matéria.

Fonte: Correio Braziliense