Alteração motora pode ser consequência de doenças neurológicas
Cientistas americanos afirmam que para cessar o movimento do corpo de forma brusca nós precisamos utilizar ao menos três áreas do cérebro. Essas situações podem ocorrer quando estamos prestes a tropeçar ou esbarrar em alguma pessoa enquanto caminhamos ou corremos e a atividade neural é a principal responsável por evitar esses “esbarrões”. A revista Neuron publicou o estudo completo que ajuda a entender também as alterações motoras sofridas em decorrência de problemas neurológicos ou por envelhecimento.
Kitty Z. Xu, ex-aluno da Universidade Johns Hopkins e um dos autores do estudo, afirma que a principal questão para realizar a pesquisa foi: o que precisa acontecer em nosso cérebro para que possamos interromper um movimento corporal a tempo de evitar danos? Para responder à própria pergunta ele se reuniu com os colegas de pesquisa e testou um jogo eletrônico em humanos e macacos.
Durante os testes os dois grupos tinham suas atividades neurais monitoradas, o que permitiu que os pesquisadores observassem as três regiões do cérebro que foram ativadas quando os analisados precisaram interromper os movimentos de forma rápida e abrupta. Das regiões ativadas duas foram no córtex pré-frontal e outra no córtex pré-motor. O resultado contraria materiais anteriormente publicados que defendem apenas uma região do cérebro como responsável por essas interrupções.
As pessoas com danos nessas regiões do cérebro apresentam problemas para mudar ações inibitórias e, na demência, isso pode danificar a comunicação entre essas áreas. Essa falha na comunicação ocorre também por conta do envelhecimento, diminuindo a massa cerebral e aumentando o tempo que o cérebro demora para encontrar palavras ou alterar planos e rotas. Essa pode ser uma explicação para a grande quantidade de quedas e acidentes envolvendo pessoas idosas.
Fonte: Correio Braziliense