Academia Brasileira de Neurologia sugere toxina botulínica-A como tratamento para migrânea crônica
A migrânea crônica é um distúrbio neurológico debilitante de cefaleia primária, conhecido por causar dores e desconfortos que duram pelo menos 15 dias, ou seja, metade do mês, às vezes mais. No entanto, um novo procedimento com aplicação de toxina botulínica-A está sendo sugerido como novo tratamento para os pacientes diagnosticados com o distúrbio.
Apesar de ainda não constar no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a terapia já foi inserida na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) e possui uma Diretriz de Utilização que foi desenvolvida pela Academia Brasileira de Neurologia junto à Sociedade Brasileira de Cefaleia.
Para a aplicação os pacientes devem atender a critérios de indicação acordados pela Classificação Internacional de Cefaleia, além de possuir diagnóstico clínico. Também será necessário descrever as características da dor, fenômenos associados ao distúrbio e especificar se ocorrem alterações de visão e formigamento nas mãos e na boca.
Segundo Fernando Kowacs, coordenador do Departamento Cientifico de Cefaleia do ABN, “a migrânea é um quadro grave de enxaqueca, transmitida geneticamente, no qual a pessoa tem crises de dor de cabeça acompanhada de intolerância à luz, até mesmo náuseas e vômitos”.
Kowacs afirma ainda que pelo menos 2% da população sofre com esse distúrbio neurológico e que a aplicação da toxina botulínica-A deve atuar na redução de intensidade da dor em dias de crise, mas não será responsável por resolver 100% do problema.