Um estudo realizado pela Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, apontou que a depressão de uma mãe pode afetar o desenvolvimento cognitivo do bebê de forma negativa. Participaram da pesquisa cerca de 900 crianças e suas mães, e foram observadas questões como a receptividade das mães, os brinquedos e livros educativos que essas apresentavam aos seus filhos e se esses materiais realmente são indicados para a idade das crianças.

Também foram aplicados testes de QI padronizados para analisar as habilidades cognitivas verbais das crianças, e entrevistas com as mulheres para identificar possíveis sintomas de depressão. Ao final, foi descoberto que, enquanto as crianças de mães severamente deprimidas apresentaram pontuação de 7,30, as crianças de mulheres sem depressão alcançaram 7,78. A diferença, apesar de parecer pequena, é muito significativa em termos de habilidades verbais e de vocabulário, segundo uma das autoras do estudo.

A pesquisa identificou também que, a longo prazo, a depressão de uma mulher pode impactar no QI da criança de forma negativa até os 16 anos, considerando que mulheres deprimidas investem muito menos em seus filhos. Esse investimento não está apenas relacionado a materiais de aprendizagem, como os livros e os brinquedos educativos, mas também estão ligados ao relacionamento entre mãe e filho, já que a depressão impede que a mulher converse, apoie e incentive sua criança em todas as áreas de sua vida.

Agora, os autores do estudo querem analisar se a depressão materna afeta no desenvolvimento de sintomas depressivos na criança ao longo de sua infância ou adolescência, além de procurar saber se existem consequências em seu desempenho escolar e qualidade de vida. Por enquanto, a melhor forma de garantir que uma criança atinja seu potencial máximo de desenvolvimento é promover o diagnóstico precoce e assertivo, além do tratamento adequado e acompanhamento médico para a mulher que acabou de ser mãe.

Fonte: O Globo