Há alguns anos, aparelhos que fornecem estímulos elétricos aos músculos – provocando uma ligeira contração o que, em teoria, torna os músculos mais firmes sem muito esforço – têm se popularizado entre as clínicas de estética.

 

Agora, algumas academias da Grã-Bretanha adotaram coletes com eletrodos para fornecer estes pequenos choques elétricos enquanto a pessoa faz exercícios. Chamado de estimulação elétrica corporal (ES, na sigla em inglês), alega-se que o método oferece, em apenas 20 minutos, os benefícios de uma hora de atividade física.

 

No entanto, cientistas afirmam que as provas científicas dos benefícios são limitadas e que os riscos parecem ser significativos.

 

O cientista Nicola Maffiuletti, do laboratório de desempenho humano na clínica Schulthess, em Zurique, por exemplo, publicou uma carta na revista especializada BMJ contando a história de um paciente de 20 anos que foi atendido em sua clínica reclamando de dores musculares fortes logo depois de uma sessão de ginástica “baseada em exercícios com estimulação elétrica corporal ES supervisionada por um profissional de fitness”.

 

Segundo ele, depois que os médicos fizeram alguns exames, descobriram que o jovem tinha rabdomiólise, um problema grave no qual há uma destruição generalizada das fibras musculares. Isso leva à liberação de uma proteína chamada mioglobina no sangue, que pode causar problemas nos rins. Neste caso, o jovem teve que ficar internado durante cinco dias.

 

Recentemente, o Ministério da Saúde de Israel também lançou um alerta em que afirma que os aparelhos de ES “devem ser usados apenas por profissionais de saúde qualificados (primariamente médicos e fisioterapeutas), com o objetivo de diagnóstico e reabilitação. Os dispositivos não devem ser usados em academias. O uso sem supervisão médica pode causar risco à saúde”.

 

Fonte: Sociedade Brasileira de Neurocirurgia