A síndrome das pernas inquietas é um distúrbio neurológico caracterizado por alterações da sensibilidade e pela agitação involuntária dos membros inferiores. Normalmente, os sintomas se manifestam de maneira mais intensa durante a noite ou nos períodos de repouso. Em casos mais graves, o distúrbio também pode acometer os braços.

Segundo Coordenadora Científica do Centro de Esclerose Múltipla do Hospital Sírio-libanês, Mirella Fazzito, a Síndrome das Pernas Inquietas é uma doença comum, mas extremamente subdiagnosticada e que muitas vezes afeta toda uma família, por ser hereditária com transmissão genética dominante.

Sem uma causa definida, sabe-se que, além da predisposição genética, a deficiência de dopamina e de ferro em áreas motoras do cérebro está associada à ocorrência de movimentos involuntários e repetitivos característicos da síndrome.

A síndrome de Ekbom, como também é conhecida, pode manifestar-se em qualquer faixa etária, mas acomete principalmente a população adulta e sua incidência aumenta com o envelhecimento. “As pessoas acreditam ser normal ficarem balançando as pernas quando estão trabalhando no computador ou mesmo assistindo a um filme. No entanto é durante o sono que estes movimentos mais atrapalham e prejudicam a eficiência do sono, fazendo com que elas acordem cansadas ou com dores em peso nas pernas”, explica Mirella.

Sintomas

Os principais sintomas são:

  • Sensação de desconforto e necessidade urgente de mover as pernas;
  • Dor;
  • Formigamento;
  • Arrepios e pontadas.

 

A intensidade de cada um pode variar entre leve e grave e tende a diminuir com o movimento dos membros. O grande problema é que os sintomas se manifestam principalmente durante a noite e atrapalham o sono do paciente. Consequentemente as pessoas afetadas são afetadas por grande sonolência e cansaço e ficam mais propensas a se irritar.

Diagnóstico

O diagnóstico é predominantemente clínico, ou seja, é fundamentado na descrição dos sintomas e, justamente por isso, a doença ainda é muito subdiagnosticada. Embora raramente essa síndrome tenha como causa uma polineuropatia, é indispensável avaliar os reflexos, a sensibilidade ao toque e a intensidade da dor.

A polissonografia e a dosagem dos teores de ferritina e tranferrina, substâncias que transportam o ferro no sangue periférico, são exames laboratoriais que ajudam a confirmar o diagnóstico.

Tratamentos

Após a constatação da síndrome das pernas inquietas, o tratamento, na maioria das vezes, é medicamentoso e tem como objetivo aliviar os sintomas. Vale ressaltar que algumas medicações – assim como o café, o álcool e o cigarro – podem piorar os sintomas, como é o caso dos antialérgicos e antidepressivos. Os benzodiazepínicos, grupo de fármacos ansiolíticos, também não são recomendados pois causam dependência.

Fonte: Casa Saudável e Drauzio Varella