Como as inflamações cerebrais ligam o estresse à depressão
Edward Bullmore é professor de psiquiatria na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e autor do livro “A mente inflamada: Uma nova abordagem radical sobre a depressão” (em tradução livre). O profissional que há anos estuda a relação entre a inflamação e os transtornos psiquiátricos analisou dados de pacientes com depressão, e observou que existem altos níveis de inflamação cerebral nesses indivíduos.
Segundo ele, tudo começa com o estresse, que gera uma resposta inflamatória tanto em humanos quanto em animais, como se o nosso sistema imunológico estivesse se preparando para defender nosso corpo de alguma ameaça. Bullmore associa os sintomas da depressão que surgem a partir da inflamação com o desencorajamento das pessoas doentes a socializar e disseminar infecções, ainda que nem todas as enfermidades sejam contagiosas.
Assim como ele, outros cientistas têm trabalhado em estudos que relacionam as inflamações cerebrais com a depressão, apontando uma vulnerabilidade cerebral que permite a fácil entrada de proteínas no cérebro. Pesquisadores e profissionais da área estão controlando suas expectativas, pois ainda há muito para estudar até que se alcance uma conclusão precisa. Entretanto, não há dúvida que as inflamações poderiam fornecer um elo perdido entre estresse e depressão.
Fonte: Correio Braziliense