Um estudo americano publicado no periódico científico “Sleep” revelou que um pequeno grupo de indivíduos, entre 2.400 pacientes examinados em uma clínica de sono, tem um “jet lag permanente” compartilhado entre seus lados familiares. Jet lag é uma expressão inglesa usada quando há distúrbio do sono em pessoas que viajam em fusos horários diferentes do que estão acostumados.

Segundo o neurologista da Universidade da Califórnia, Louis J. Ptacek, este “jet lag permanente” acontece devido ao fato do mundo estar repleto de pessoas que dormem muito ou pouco — os “corujões”, que dormem tarde e acordam tarde, e as “cotovias”, que fazem o contrário. Esses padrões, de acordo com o médico, constantemente se reproduzem em escala familiar.

A pesquisa também aponta que condições ainda mais extremas podem existir sem chamar atenção dos especialistas do sono. A explicação é simples: quem convive com o sono adiantado raramente consulta médicos do sono ou busca clínicas da área porque, no geral, gosta dos efeitos pelo fato de se encaixarem com seu ritmo de vida ou por terem se adequado a eles.

Já os “corujões”, por outro lado, tendem a buscar ajuda de um especialista por ser muito difícil acordar cedo e atender às demandas escolares, profissionais ou familiares pela manhã.

E você, como está o seu sono? Você vem cuidando dele? A exposição à luz clara durante a noite, especialmente a luz azul emitida de celulares e outros dispositivos eletrônicos, pode atrasar o relógio biológico e contribuir para que as pessoas fiquem acordadas até tarde (ou, no caso dos que sofrem insônia, com que fique ainda mais difícil adormecer).

Já aqueles com a fase do sono atrasada precisam se expor à luz da manhã para facilitar o despertar. O uso de melatonina, um hormônio do sono, pode ajudar, mas apenas se consumido no momento correto. Os níveis da substância começam a subir em torno de duas horas antes do sono e, por isso, ela pode ajudar os “corujões” a adormecerem mais cedo se consumida por volta deste horário.

E para aqueles que acabam despertando no meio da madrugada, o neurologista Ptacek recomenda exercícios regulares, evitar refeições pesadas perto da hora de dormir e trabalhar a ansiedade em relação ao sono. Sigam as dicas e bom sono!

 

Fonte: O Globo