Remédio contra diabetes se mostra efetivo no tratamento de Alzheimer
Um medicamento utilizado no tratamento de diabetes pode ser a chave para tratar doenças neurodegenerativas, a descoberta foi feita por um grupo de cientistas com testes em ratos. A droga potencializou um mecanismo neural que combate o aumento de células tau, relacionada a doenças como Alzheimer.
Uma das principais características de doenças como demência frontotemporal (DFT) e o Alzheimer, é o acúmulo das proteínas neurais tau, complicação chamada tautina. Até o momento não existe tratamento que interfiram nos mecanismos responsáveis pelo aumento dessa proteína, o que levou os cientistas a entende melhor como essa molécula se desenvolve no cérebro.
A equipe identificou uma nova via celular que promove a deterioração da proteína tau via ação de lisossomas. Descobriram também que essa via limpa essas proteínas ao inibir a enzima farnesiltransferase, impedindo que a proteína chamada rhes interaja com os neurônios.
Feito isso, os pesquisadores resolveram testar uma molécula que impulsionasse esse processo e chegaram ao terapêutico do medicamento lonafarnib, um inibidor da farnesiltransferase, usado no tratamento de doenças como hepatite D e diabetes.
Com testes em ratos com demência frontotemporal, o tratamento com lonafarnib estimulou bastante a degradação de tau pela ação dos lisossomos, preservou o tamanho do cérebro e preveniu déficits comportamentais, como ciclo obsessivo, um dos sintomas da doença.
Os cientistas pretendem continuar os testes em ratos para entender melhor como será a interação da lonafarnib no organismo dos animais, antes de ser testado em humanos. Ainda nesse estudo, chegaram à conclusão que o melhor momento para iniciar esse tratamento seria no inicio do diagnóstico do Alzheimer, uma vez que quando a patologia tau emergiu nos animais, a droga lonafarnib não foi mais tão eficaz nos testes.
De qualquer forma, esse estudo abre esperanças em encontrar um novo tratamento de Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas à medida que as pesquisas com a proteína tau estão avançando.
Fonte: Correio Braziliense