Segundo um estudo da Universidade Case Western Reserve, em Ohio, nos Estados Unidos, a remoção do apêndice aumenta o risco da doença de Parkinson. O resultado da pesquisa mostrou que a retirada do apêndice aumenta em três vezes o risco de contrair a doença, do que aqueles que não fizeram a operação, independente da idade, raça ou sexo.

Os pesquisadores analisaram os dados de mais de 62 milhões de pacientes a partir de um banco de dados de 26 grandes sistemas de saúde dos Estados Unidos. Como esse banco possui informações desde 1997, foi possível acompanhar alguns pacientes por quase 30 anos.

Dentro desse universo, foi selecionado pessoas que operaram o apêndice e aquelas que desenvolveram Parkinson pelo menos 6 meses depois da cirurgia. Desta forma, foi possível descobrir que entre os 488 mil pacientes que tiveram seus apêndices removidos, 4 mil desenvolveram a doença, o que corresponde a 0,9%. Já aqueles que não fizeram a operação, cerca de 61,7 milhões de pessoas, apenas 177 mil tiveram o problema depois, o equivalente a 0,3%.

Apesar de o estudo ter encontrado uma associação entre a apendicectomia (cirurgia de remoção do apêndice) e a doença de Parkinson, a relação é muito pequena, menos de 1%. A pesquisa inclusive não comprova que ter o apêndice removido causa a doença de Parkinson.

Uma hipótese levantada para o aumento do risco encontrado nesse estudo é que durante a apendicectomia, um agente específico chamado de proteínas alfa-sinucleína, é liberado no organismo e levado até o cérebro. Essas proteínas formam aglomerados chamados corpos de Lewy, que apontam a doença de Parkinson.

Outra observação importante é que 20 anos antes mesmo do paciente desenvolver a doença, já ocorrem discretos sinais como constipação e outros problemas digestivos, que pode vir a causar uma inflamação do apêndice e possível necessidade de cirurgia. Assim, pode ser que esses sintomas, da própria doença de Parkinson, estejam ocasionando a apendicite e a cirurgia subsequente, e não o contrário.

 

Fonte: R7

 

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