Um medicamento conhecido pela eficácia no tratamento de doenças cardiovasculares também pode fazer a diferença contra sintomas avançados do Alzheimer, apontam cientistas espanhóis. Até agora, o remédio foi testado somente em roedores, mas o resultado animou a classe científica espanhola. Dependendo do avanço do insumo após ser testada em humanos, o remédio pode ser indicado para ajudar a manter coração e cérebro, simultaneamente, saudáveis.

Segundo pesquisa publicada no renomado Journal of the American College of Cardiology (JACC), o grande diferencial é a substância ativa Dabigatran, um anticoagulante oral de ação direta que ao fim de 12 meses de tratamento demonstrou reduzir a inflamação cerebral, danos vasculares e depósitos de peptídeos amiloides, que são sinais característicos do Alzheimer.

Nos últimos anos, a ação do medicamento em ratos apontou que vasos sanguíneos responsáveis por nutrirem o cérebro podem ser afetados pela mesma proteína que danifica as artérias que vão para o coração. Por isso, as células cerebrais não recebem oxigênio ou os nutrientes necessários e morrem.

Até 2050, o número de pacientes diagnosticados com Alzheimer deve triplicar. Atualmente, a demência afeta mais de 30 milhões de pessoas em todo o mundo. Até o momento, os tratamentos colocados em prática ajudam, mas não resolvem ou revertem os danos causados pela doença.

 

Araújo e Fazzito, Neurologia e Neurocirurgia especializada em São Paulo. Entre em contato.