Desde que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a liberação da venda em farmácias de produtos que utilizem o princípio ativo da planta, o uso da cannabis vem sendo questionado.

 

Veja três estudos que questionam o efeito efetivo do uso medicinal da erva:

1. Cannabis não ajuda contra dependência em cocaína

A saída escolhida por muitos usuários de crack e cocaína, que optaram por conciliar o uso a maconha para amenizar a ansiedade causada pelo uso das substâncias, mostrou-se ineficaz e, em muitas vezes, na verdade, apresentou certa piora no quadro clínico dos pacientes.

Membros do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (GREA) e do Laboratório de Neuroimagem dos Transtornos Neuropsiquiátricos (LIM) da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) acompanharam 123 participantes e, segundo os pesquisadores, os dependentes que já apresentavam déficits neuro cognitivos antes de consumir maconha foram ainda mais afetados após fazer uso da erva.

2. Efeito contra muitas doenças é “marginal”

Estudo realizado no Centro de Pesquisa de Abuso de Substâncias entre Jovens, da Universidade de Queensland, classificou os benefícios dos produtos à base da erva como “marginais” no tratamento de doenças ligados ao sistema nervoso.

No caso da esclerose múltipla, por exemplo, o uso da cannabis pode reduzir as dores, mas o nível é considerado modesto pela pesquisa.

Enquanto que os seus benefícios para pessoas com depressão, ou para aqueles que estão em tratamento da AIDS e buscam estimular o apetite, a eficiência é baixíssima.

3. Falta de comparação com outros medicamentos

Outro estudo feito pela Universidade de Queensland e publicado pela revista acadêmica The Journal of Family Practice questiona a recomendação de medicamento a base de maconha antes que todas as outras formas de tratamento tenham sido descartadas totalmente.

Os cientistas argumentam que mesmo com muitas reivindicações a respeito dos efeitos terapêuticos da cannabis, poucos tem embasamento científico.

No entanto é bom ressaltar que existem outros benefícios comprovados e por isso é importante que o paciente procure um especialista qualificado para avaliar sua situação.