Astrocitomas

Astrocitomas são tumores cerebrais que representam cerca de metade de todos os tumores primários do cérebro e da medula espinhal. Astrocitomas se desenvolvem a partir do crescimento desordenado de células gliais chamadas astrócitos, parte do tecido de sustentação do cérebro.

Eles podem ocorrer em muitas partes do sistema nervoso central, mas mais comumente no cérebro. Eles ocorrem menos comumente na medula espinhal. Pessoas de todas as idades podem desenvolver astrocitomas, mas eles são mais prevalentes em adultos, principalmente homens de meia idade. Astrocitomas na base do cérebro são mais prevalentes em crianças ou jovens e representam a maioria dos tumores do cérebro das crianças. Em crianças, a maioria destes tumores é considerada de baixo grau (benigno), enquanto infelizmente a maioria nos adultos é de alto grau (maligno).

Existem diferentes tipos de astrocitomas, e essas lesões são classificadas em várias categorias de acordo com sua aparência ao microscópio (exame histopatológico). Esta classificação é importante porque a aparência de um astrocitoma, muitas vezes, prevê o seu comportamento e, portanto, o prognóstico de um paciente.

 

Classificação dos Astrocitomas

Astrocitomas são geralmente classificados em um de três tipos: astrocitomas de baixo grau, astrocitomas anaplásicos e glioblastomas. Astrocitomas de baixo grau representam cerca de 10 por cento dos astrocitomas. Estes tumores são geralmente de crescimento lento e podem não exigir tratamento específico no momento do diagnóstico. Muitos pacientes com astrocitoma de baixo grau vivem por longos períodos de tempo após o seu diagnóstico. No entanto, estes tumores, muitas vezes podem avançar para os graus mais altos e com crescimento mais rápido.

Astrocitomas anaplásicos e glioblastomas são os mais agressivos e, infelizmente, os astrocitomas mais comuns. Glioblastomas são de crescimento rápido e contêm áreas de células tumorais mortas (necrose). Em adultos, o glioblastoma ocorre com mais freqüência no cérebro, especialmente nos lobos frontal e temporal do cérebro.

 

Sintomas

Os sintomas variam dependendo da localização do tumor no cérebro, mas podem incluir qualquer um dos seguintes:

  • Dores de cabeça persistentes
  • Visão dupla ou embaçada
  • Vômitos
  • Perda de apetite
  • Mudanças de humor e de personalidade
  • Mudanças na capacidade de pensar e aprender
  • Convulsões de início tardio
  • Dificuldade na fala de início gradual

Nos estágios iniciais, as crianças podem sentir dores de cabeça, náuseas, vómitos, visão turva ou dupla, tontura e alterações na coordenação.

 

Diagnóstico

Sofisticadas técnicas de imagem podem identificar tumores cerebrais. Ferramentas de diagnóstico incluem a tomografia computadorizada (TC) e a ressonância magnética (RM). Ressonância magnética intraoperatória também é usada durante a cirurgia para guiar biópsias de tecidos e a remoção do tumor. Espectroscopia por ressonância magnética (MRS) é usada para examinar o perfil de produtos químicos do tumor e determinar a natureza das lesões vistas na ressonância magnética. Tomografia por emissão de pósitrons (PET scan) pode ajudar a detectar tumores cerebrais recorrentes.

 

Opções de tratamento

Opções de tratamento incluem cirurgia, radioterapia, radiocirurgia e quimioterapia. O principal objetivo da cirurgia é remover o máximo de tumor possível sem ferir o tecido cerebral e sem comprometer a função neurológica (como a capacidade de falar, andar, habilidades motoras, etc.)

No entanto, tumores de alto grau infiltram os tecidos circundantes (como tentáculos), tornando mais difícil de remover todo o tumor. Se o tumor não pode ser completamente removido, a cirurgia ainda pode reduzir ou controlar o tamanho do tumor. Na maioria dos casos, os cirurgiões abrem o crânio através de uma craniotomia para melhor acesso ao local do tumor.

O objetivo da radioterapia é matar selectivamente células tumorais, deixando o tecido normal do cérebro ileso. Na radioterapia externa padrão, várias sessões de “frações” de radiação são aplicadas no cérebro. Cada sessão induz danos ao tecido cerebral saudável e ao tecido tumoral. Antes que a próxima sessão seja aplicada, a maioria das células normais se regenera do dano prévio, enquanto o tecido do tumor não se regenera, e morre. Este processo é repetido para um total de 10 a 30 sessões, dependendo do tipo de tumor. Este tratamento adicional melhora o prognóstico dos pacientes e aumenta suas taxas de sobrevivência.

Radiocirurgia é um método de tratamento que utiliza cálculos computadorizados para focalizar a radiação no local do tumor, minimizando a dose de radiação para o cérebro ao redor. Radiocirurgia pode ser um complemento a outros tratamentos, ou pode representar a técnica de tratamento primário para alguns tumores

Aos pacientes submetidos à quimioterapia são administrados medicamentos especiais, concebidos para matar as células tumorais. A quimioterapia pode melhorar a sobrevida global em pacientes com tumores malignos cerebrais primários. Quimioterapia é frequentemente utilizada em crianças pequenas em vez de radiação, como a radiação pode ter efeitos negativos sobre o cérebro em desenvolvimento. A decisão de prescrever esse tratamento é baseada na saúde geral do paciente, tipo de tumor, e na extensão da lesão. Antes de considerar a quimioterapia, você deve discutir com seu médico, pois existem muitos efeitos colaterais.

As modalidades de tratamento tradicional muitas vezes não são suficientes para se evitar a remissão dos astrocitomas malignos. Os pesquisadores estão atualmente investigando uma série de novos tratamentos promissores incluindo a terapia gênica, terapia de radiação altamente focalizada, a imunoterapia e a quimioterapia de última geração. Uma série de novos tratamentos está sendo disponibilizada numa base experimental em centros especializados no tratamento dos tumores cerebrais.