Neurologistas do Hospital del Mar em Barcelona, na Espanha, e pesquisadores do Instituto Hospital del Mar de Pesquisas Médicas (IMIM, sigla em espanhol) descobriram que os homens sofrem hemorragias cerebrais com seis anos de diferença para as mulheres e que a localização do hematoma é mais profunda em indivíduos do sexo masculino.

 

O estudo, publicado na revista Neurology, foi realizado com 515 pacientes com hemorragias intracerebrais primárias, que é o tipo de acidente vascular cerebral mais grave, com uma taxa de mortalidade de quase 50%. O estudo evidencia diferenças associadas ao gênero nas hemorragias cerebrais, além disso, detectou que os homens sofrem com maior prevalência outras patologias cardiovasculares, como a obstrução de grandes artérias (doença arterial periférica) e doenças coronárias, como a cardiopatia isquêmica.

 

De acordo com a pesquisa, a primeira diferença significativa é que as mulheres que sofrem uma hemorragia cerebral têm, em média, seis anos a mais que os homens com o mesmo problema: 81 anos para as mulheres e 75 anos para os homens.

 

Os neurologistas também observaram diferenças na localização do hematoma cerebral. Em homens, é mais frequente o hematoma profundo enquanto, nas mulheres, é mais comum na região lobular do cérebro, que é mais superficial. Também foram observadas diferenças em relação ao consumo de certas substâncias que são fatores de risco conhecidos de patologias identificadas como causadoras de hemorragias cerebrais.

 

As pesquisas foram realizadas em um total de 515 pacientes (245 mulheres e 270 homens) tratados no Hospital del Mar entre maio de 2005 e abril de 2015, uma das maiores bases de dados existentes de hemorragias cerebrais.

 

O estudo também evidenciou alguns parâmetros para os quais não existem diferenças entre homens e mulheres, como a severidade das hemorragias, o volume dos hematomas e a mortalidade após três meses.

 

A origem mais comum da doença é a hipertensão arterial para ambos os sexos e também não é diferente para homens e mulheres o tempo transcorrido entre os primeiros sintomas e a internação hospitalar, nem o tratamento e a reabilitação nos hospitais.

 

Apesar de algumas limitações, a conclusão dos pesquisadores do Hospital del Mar é que as diferenças entre homens e mulheres são importantes na hora de considerar o risco das doenças cardiovasculares.

 

Fonte:  Terra