O impacto da toxoplasmose no cérebro humano segundo cientistas
Em pesquisa sobre o comportamento do protozoário da toxoplasmose em ratos, cientistas descobriram que a infecção pode gerar danos também na saúde mental e cerebral dos seres humanos, como depressão, esquizofrenia e até autismo, além de distúrbios neurológicos que podem influenciar na transmissão de sinais cerebrais. Os responsáveis pela descoberta são cientistas da Universidade Otto von Guericke, de Magdeburgo, e do Instituto Leibniz para Neurobiologia (LIN).
Causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, a toxoplasmose infecta aves e mamíferos, mas a reprodução sexuada ocorre apenas no sistema digestivo de felinos, inclusive gatos domésticos, seus hospedeiros definitivos. Estima-se que metade de toda a população adulta do planeta esteja infectada pelo protozoário, que se hospeda em tecidos musculares e cerebrais, onde fica dormente pelo resto da vida.
O estudo publicado pela revista especializada Journal of Neuroinflammation aponta que o parasita altera a composição molecular das sinapses, que são responsáveis pela transmissão de sinais cerebrais. Em colaboração com o Centro Helmholtz para Pesquisa sobre Infecções, os cientistas comprovaram ainda que, só em ratos, a infecção altera 300 proteínas sinápticas no cérebro. Ao mesmo tempo ocorreu um aumento das proteínas envolvidas em respostas imunes.
“Esse mau funcionamento de sinapses glutamatérgicas é associado à depressão, à esquizofrenia e ao autismo. Componentes da resposta imune também estão relacionados a essas doenças”, afirma Ildiko Rita Dunay, que trabalhou no estudo. Outra descoberta do grupo é que o antibiótico sulfadiazina pode normalizar o metabolismo cerebral dos ratos infectados, além de diminuir a atividade inflamatória de forma mensurável.
Fonte: Portal Terra